sexta-feira, abril 9

Struggling

Para ti, Diana:

Choro. Choro mil lágrimas e prantos. Corre um rio de água salgada por montes e vales. e celam-se afluentes por passagens nocturnas. Choro de vergonha e de remorços. Tenho uma confissão para te fazer: és a minha artéria aorta e sem ti, a minha corrente sanguínea não flui, não cria vida. Com a tua ausência, volto a cair no fundo. Sem o açúcar das tuas palavras, sem o gosto dos teus conselhos, eu morro. Desculpa ser um fardo para ti e não conseguir ver isso porque tenho os olhos permeáveis. Perdoa-me por te colocar sempre numa posição menos confortável e jogar à corda bamba, deixar-te insegura, com o chão a fugir e o peito apertado sempre que vejo um obstáculo. Não há nenhum espelho capaz de me desenhar tão bem como tu. Não existe nenhum pintor que marque nas telas a minha cor como as tuas mãos. E ainda não nasceu ninguém que me confiasse palavras e sentimentos aprisionados na garganta como tu. Por agora, não habita mais ninguém no meu peito que interrompa as minhas lágrimas por entre sussurros soluçados de segredos infidáveis, incontáveis. E isto tudo porque, depois de me moldares e contornares os olhos com tinta preta, depois de ter permitido que entrasses em mim e que em mim ficasses, rebentaste. Rebentaste-me de lágrimas, de sangue, de medo. Rebentaste-me, minha artéria aorta.

2 comentários:

  1. gosto do texto, fez-me sentir o que há muito senti. é pena não me saber exprimir como tu :x

    Beijinhos

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  2. arrisquei.tentei.perdi26 de abril de 2010 às 15:02

    '' todos querem ir contigo na limosine, mas o mais importante é ter alguém disposto para te acompanhar no autocarro, quando a limosine se estragar ''

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arrisca(-te)